Chega de dor! Há milênios estudiosos da medicina voltam-se para decifrar os grandes desafios da dor. Na Grécia antiga, Hipócrates já considerava o alívio da dor como uma “obra divina”. Hoje, a dor é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o 5º sinal vital, ao lado da pressão arterial, pulso, respiração e temperatura. No Brasil, houve muitos avanços nos últimos 20 anos e hoje existem importantes Centros de Terapia da Dor espalhados por hospitais ou clínicas. Mas há ainda quem se queixe de que o assunto é pouco valorizado em alguns setores da medicina, nas escolas e centros de estudo.
“Apesar de a dor ser responsável pela maior porcentagem de procura dos indivíduos por auxílio médico, ela ainda não é valorizada e tratada da forma que deveria”, testemunha a Dra. Rioko Kimiko Sakata, do Ambulatório de Dor do Hospital São Paulo – Unifesp e da clínica de Dor do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, credenciado da Cabesp.
Segundo dados da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), entidade fundada em 1984, filiada à International Association for the Study of Pain (IASP), mundialmente a dor afeta pelo menos 30% dos indivíduos durante algum momento da sua vida e, em 10% a 40% deles, tem duração superior a um dia. Constitui a causa principal de sofrimento, incapacitação para o trabalho e ocasiona graves conseqüências psicossociais e econômicas.
Não existem dados estatísticos sobre o assunto no Brasil, mas sabe-se que a ocorrência da dor, especialmente a crônica, tem aumentado muito nos últimos anos. De acordo com o neurocirurgião Prof. Dr. Manoel Jacobsen Teixeira, da Faculdade de Medicina da Universidade Chega de dor! de São Paulo, esse aumento é crescente talvez em decorrência de: novos hábitos de vida da população; maior longevidade do indivíduo; prolongamento de sobrevida dos doentes com afecções clínicas naturalmente fatais; modificações do ambiente em que vivemos, e, provavelmente, do reconhecimento de novos quadros dolorosos e da aplicação de novos conceitos que traduzam seu significado.
Na opinião do especialista, ligado à SBED, além de gerar estresses físicos e emocionais para os doentes e para os seus cuidadores, a dor é razão de fardo econômico e social para a sociedade. Estima-se que, nos Estados Unidos, gastam-se, anualmente, cerca de US$ 150 bilhões em custos médicos.
A importância devida – Apesar de todos esses fatores, não é só no Brasil que a dor não é valorizada como deveria por parte da classe médica, como testemunhou Dra. Rioko. Uma das maiores clínicas de investigação do câncer dos EUA, a Eastern Cooperative Oncology Group (Ecog) fez um amplo estudo em 1994, com 1308 pacientes, e verificou que: 85% dos médicos acreditavam que os pacientes eram subtratados; 50% acreditavam oferecer bom tratamento para dor; 35% aguardavam o prognóstico de sobrevida de seis meses, antes de iniciar um esquema de analgesia máxima; 76% assinalaram como barreiras mais importantes para o alívio da dor, a avaliação e registros deficientes das queixas e, os receios sobre o uso dos opióides (todas as drogas, naturais e sintéticas, com propriedades semelhantes à morfina).
“Hoje está melhor do que há 20 anos, mas ainda são poucos os cursos de medicina em que o aluno tem alguma aula sobre dor. Isso faz com que o profissional formado não tenha conhecimento básico sobre os quadros de dor”, lembra Dra. Rioko.
Segundo ela, existe também “o mito” de que é melhor “agüentar a dor” do que tomar medicamento. “Isso não é verdade porque a manutenção da dor causa alterações do sono, do humor e complicações em diversos órgãos do corpo”, afirma a especialista da Unifesp.
“Há, ainda, o medo de usar alguns analgésicos como a morfina por parte do médico e do paciente, acreditando que esse tipo de medicação deve ser receitado somente para pacientes terminais. Quando se receita antidepressivos, anticonvulsivantes entre outros, sempre há um conhecido que diz para o paciente que esses medicamentos são para outras doenças”, conta Dra. Rioko (veja, entrevista completa da médica sobre o assunto).
fonte: Jornal Cabesp
“Apesar de a dor ser responsável pela maior porcentagem de procura dos indivíduos por auxílio médico, ela ainda não é valorizada e tratada da forma que deveria”, testemunha a Dra. Rioko Kimiko Sakata, do Ambulatório de Dor do Hospital São Paulo – Unifesp e da clínica de Dor do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, credenciado da Cabesp.
Segundo dados da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), entidade fundada em 1984, filiada à International Association for the Study of Pain (IASP), mundialmente a dor afeta pelo menos 30% dos indivíduos durante algum momento da sua vida e, em 10% a 40% deles, tem duração superior a um dia. Constitui a causa principal de sofrimento, incapacitação para o trabalho e ocasiona graves conseqüências psicossociais e econômicas.
Não existem dados estatísticos sobre o assunto no Brasil, mas sabe-se que a ocorrência da dor, especialmente a crônica, tem aumentado muito nos últimos anos. De acordo com o neurocirurgião Prof. Dr. Manoel Jacobsen Teixeira, da Faculdade de Medicina da Universidade Chega de dor! de São Paulo, esse aumento é crescente talvez em decorrência de: novos hábitos de vida da população; maior longevidade do indivíduo; prolongamento de sobrevida dos doentes com afecções clínicas naturalmente fatais; modificações do ambiente em que vivemos, e, provavelmente, do reconhecimento de novos quadros dolorosos e da aplicação de novos conceitos que traduzam seu significado.
Na opinião do especialista, ligado à SBED, além de gerar estresses físicos e emocionais para os doentes e para os seus cuidadores, a dor é razão de fardo econômico e social para a sociedade. Estima-se que, nos Estados Unidos, gastam-se, anualmente, cerca de US$ 150 bilhões em custos médicos.
A importância devida – Apesar de todos esses fatores, não é só no Brasil que a dor não é valorizada como deveria por parte da classe médica, como testemunhou Dra. Rioko. Uma das maiores clínicas de investigação do câncer dos EUA, a Eastern Cooperative Oncology Group (Ecog) fez um amplo estudo em 1994, com 1308 pacientes, e verificou que: 85% dos médicos acreditavam que os pacientes eram subtratados; 50% acreditavam oferecer bom tratamento para dor; 35% aguardavam o prognóstico de sobrevida de seis meses, antes de iniciar um esquema de analgesia máxima; 76% assinalaram como barreiras mais importantes para o alívio da dor, a avaliação e registros deficientes das queixas e, os receios sobre o uso dos opióides (todas as drogas, naturais e sintéticas, com propriedades semelhantes à morfina).
“Hoje está melhor do que há 20 anos, mas ainda são poucos os cursos de medicina em que o aluno tem alguma aula sobre dor. Isso faz com que o profissional formado não tenha conhecimento básico sobre os quadros de dor”, lembra Dra. Rioko.
Segundo ela, existe também “o mito” de que é melhor “agüentar a dor” do que tomar medicamento. “Isso não é verdade porque a manutenção da dor causa alterações do sono, do humor e complicações em diversos órgãos do corpo”, afirma a especialista da Unifesp.
“Há, ainda, o medo de usar alguns analgésicos como a morfina por parte do médico e do paciente, acreditando que esse tipo de medicação deve ser receitado somente para pacientes terminais. Quando se receita antidepressivos, anticonvulsivantes entre outros, sempre há um conhecido que diz para o paciente que esses medicamentos são para outras doenças”, conta Dra. Rioko (veja, entrevista completa da médica sobre o assunto).
fonte: Jornal Cabesp
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