Atlântida (ou Atlantis) é uma lendária ilha – ou
continente – cuja primeira menção conhecida é a do filósofo grego
Platão, em suas obras “Timeu ou a Natureza” e “Crítias ou a Atlântida”.
De
acordo com Platão, Atlântida era uma potência naval, localizada ”na
frente das Colunas de Hércules”, e que conquistou grande parte da Europa
Ocidental e da África, 9.000 anos antes da era de Solon, ou seja,
aproximadamente em 9.600 a.C.. Depois de uma tentativa fracassada de
invadir Atenas, a Atlântida teria afundado no oceano “em um único dia e
noite de infortúnio”. Os estudiosos ainda discutem se a história de
Platão foi inspirada por antigas tradições. Alguns dizem que o filósofo
criou a história mediante memórias de antigos acontecimentos, como a
erupção de Thera (*) e a guerra de Troia, enquanto outros afirmam que
ele se inspirou em eventos mais recentes, como a fracassada invasão
ateniense da Sicília, em 415 a.C.–413 a.C.
(*) A erupção minoica de
Thera, foi uma catastrófica erupção vulcânica que se estima ter ocorrido
em meados do segundo milênio a.C. A erupção foi um dos maiores
incidentes vulcânicos registrados na História da humanidade. O espantoso
fenômeno devastou a Ilha de Thera (também conhecida como Santorini),
incluindo o sítio minoico de Akrotiri, bem como as comunidades agrícolas
e áreas em ilhas próximas e na costa da ilha de Creta. A erupção parece
ter inspirado certos mitos gregos e pode ter tido repercussão no Egito.
Além disso, tem-se especulado que a erupção minoica e a destruição da
cidade de Akrotiri inspiraram a história platônica de Atlântida.
A
existência de Atlântida foi razão de muitas polêmicas durante a
Antiguidade Clássica; no entanto é rejeitada por autores atuais. Alan
Cameron comenta que “só nos tempos modernos é que as pessoas começaram a
levar a sério a história da Atlântida; ninguém o fez na Antiguidade”.
Embora pouco conhecida na Idade Média, a história de Atlântida foi
redescoberta pelos humanistas na Idade Moderna. As descrições de Platão
serviram de tema para trabalhos de vários escritores da Renascença, como
Francis Bacon em “Nova Atlântida”. O assunto ainda inspira a literatura
– da ficção científica a gibis – e o cinema. Atlântida tornou-se
referência para qualquer suposição sobre avançadas civilizações
pré-históricas perdidas.
Na literatura
Segundo
Platão, durante suas viagens pelo Egito, Solon conversou com um
sacerdote que vivia em Sais, no delta do Nilo, e este teria lhe falado
de antiquíssimas tradições ligadas a uma guerra entre atenienses e
atlantes. Segundo esse sacerdote, o povo de Atlântida vivia numa ilha,
além dos pilares de Heracles, onde terminava o Mar Mediterrâneo e
começava o Oceano Atlântico . O homem teria contado que, quando os
deuses helênicos partilharam a Terra, Atenas foi dada à deusa Atena e a
Hefesto, enquanto Atlântida tornou-se parte do reino de Poseidon, deus
dos mares.
Poseidon e Clito
Nas
montanhas do centro da ilha vivia uma jovem órfã de nome Clito. Conta a
lenda que Poseidon teria se apaixonado pela moça e erguido muralhas de
água e fossos em volta da morada da sua amada. Assim, Clito e Poseidon
viveram por muitos anos e, desta relação, nasceram cinco pares de
gêmeos. O mais velho chamou-se Atlas. Depois de dividir a ilha em dez
áreas circulares, Poseidon concedeu supremacia a Atlas, dedicando-lhe a
montanha de onde ele exercia o seu poder sobre o resto da ilha.
Em
cada um dos anéis reinavam as monarquias de cada um dos descendentes
dos filhos de Clito e Poseidon. Reuniam-se uma vez por ano, no centro da
ilha, onde o palácio e o templo de Poseidon, com seus muros cobertos
de ouro, brilhavam ao sol. A reunião marcava o início de um festival em
que cada um dos monarcas caçava um touro. Uma vez caçado, beberiam o
sangue do animal e comeriam sua carne, enquanto todos trocavam
cumprimentos entre si.
Atlântida
seria uma ilha de extrema riqueza vegetal e mineral. Não era apenas
magnificamente rica em depósitos de ouro, prata, cobre e ferro, mas
também de oricalco, um metal que brilhava como fogo. Os reis de
Atlântida construíram inúmeras pontes, canais e passagens fortificadas
entre os seus cinturões de terra, cada um protegido com muros revestidos
de bronze no exterior e estanho pelo interior. Entre estes brilhavam
edifícios construídos de pedras brancas, pretas e vermelhas.
Pouco
mais se sabe sobre a Atlântida. Segundo Platão, a ilha foi destruída
por um desastre natural – possivelmente um terremoto ou maremoto – cerca
de 9.000 anos antes da sua era. Roger Paranhos, em seu livro Akhenaton –
A Revolução Espiritual do Antigo Egito, afirma Atlântida foi destruída
por um cometa. Essa teoria pode ser confirmada pela hipótese do cometa
Clóvis, segundo a qual uma explosão aérea ou um impacto de um ou mais
objetos espaciais sobre a Terra, ocorrido entre 12.900 e 10.900 anos
atrás, desencadeou uma era glacial e pode ter atingido e submergido o
continente.
Diz-se
ainda que os atlantes teriam sido vítimas das suas ambições de
conquistar o mundo, acabando por ser dizimados pelos atenienses. Outra
tradição chega-nos através de Diodoro da Sicília, segundo a qual os
atlantes seriam vizinhos dos líbios e teriam sido atacados e destruídos
pelas amazonas, as mulheres guerreiras. Segundo ainda outra lenda, o
povo que habitava a Atlântida era muito mais evoluído do que os outros
da época e, ao prever a destruição iminente, teria emigrado para a
África, sendo os antigos egípcios seus descendentes.
Teoria extra-terrestre
Uma
das mais polêmicas teorias sobre a Atlântida foi proposta,
recentemente, pelo pesquisador e professor Ezra Floid. Partindo do
desenho da cidade circular descrita por Platão, Floid propõe que
Atlântida, na verdade, era uma gigantesca nave espacial, uma espécie de
disco voador movido a hidrogênio e hidromagnetismo, com uma usina
central de hidro-forças, chamada de Templo de Poseidon, um imenso OVNI
descrito por muitas culturas como A Ilha Voadora (citada no livro
Viagens de Gulliver, um romance do escritor irlandês Jonathan Swift.) e
relacionada à Jerusalém Celestial descrita na Bíblia (Apocalipse 3, 12),
à Purana Hindu que desce do céu e ao Disco Solar dos astecas,
maias,incas e egípcios.
Sendo
Atlântida uma missão colonizadora extraterrestre, ela teria estado em
muitos pontos daTerra, pois se locomovia e se instalava em diferentes
regiões. Este seria o motivo pelo qual a localização da ilha ora é
imaginada no Mediterrâneo, ora na Indonésia, ora no Atlântico, nos Polos
e nos Andes. Atlântida seria a mesma nave descrita na Epopeia de
Gilgamesh, dos sumérios. Segundo esta teoria, Atlântida não teria
submergido catastroficamente, mas sim intencionalmente, como parte do
projeto colonizador que seu povo realizava na Terra. Depois de
permanecer algum tempo no fundo do mar, como cidade submarina, o
disco-voador atlante teria usado também a hidroenergia de emersão para
lançar-se no espaço sideral, provocando, com o seu enorme volume e seu
arranque, um gigantesco tsunami circular no oceano onde estaria oculta.
Os sobreviventes deste tsunami, depois da tragédia, teriam julgado que
Atlântida havia afundado. No entanto, os atlantes apenas teriam voltado
para seu sistema natal.
Uma
formulação moderna da história de Atlântida e dos atlantes foi feita
por Helena Petrovna Blavatsky, a famosa e polêmica fundadora da Teosofia
(foto). No seu principal livro, A Doutrina Secreta, madame Blavatsky
descreve, detalhadamente, a raça atlante, o seu continente e suas
cultura, ciência e religião.
A
localização mais recente foi sugerida pela imagem obtida com o Google
Earth, por um engenheiro aeronáutico e publicada no tablóide The Sun,
mostrando contornos que poderiam indicar a construção de edifícios numa
vasta extensão, com dimensões comparáveis ao País de Gales e situado no
Oceano Atlântico, numa área conhecida como o Abismo Plano da Ilha da
Madeira. Richard Freund, um arqueólogo da Universidade de Hartford, em
Connecticut, afirma que um tsunami inundou a antiga cidade.
Fonte:http://www.vocesabia.net/misterios/atlantida-lenda-ou-realidade/
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