sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Fofinho hoje, gordinho e sem saúde amanhãAhhh


Fofinho hoje, gordinho e sem saúde amanhãAhhh… aquelas dobrinhas, os furinhos acima dos dedinhos das mãos, a carinha rechonchudinha, o pé de “pãozinho”, um bumbunzinho que dá vontade até de morder. Quem ainda não se deliciou ao ver um bebê assim, tão fofinho? Mas cuidado porque quando esse “fofinho” cresce, pode se transformar no adolescente obeso, vítima de chacotas e sem nenhuma graça. Mais do que isso, desde cedo essa criança pode ter vários problemas de saúde, além de se tornar um adulto doente.

Alguns anos atrás, o “fofinho” do texto acima representava o padrão de um bebê saudável. Não é de hoje, entretanto, que se sabe: gordura não é sinal de boa saúde em ninguém, e já no bebê pode significar a presença de vários problemas, como deficiência de ferro (anemia ferropriva), dificuldade para engatinhar ou andar, entre outros.

Atualmente, a obesidade é considerada doença, que provoca ou acelera o desenvolvimento de muitos outros males e que causa a morte precoce. No mundo todo, hoje, de 40% a 45% da população adulta tem excesso de peso. E o pior é que as crianças estão no mesmo caminho.
A obesidade infantil aumentou cinco vezes nos últimos 20 anos no Brasil, de acordo com estudos médicos e, segundo a Sociedade de Pediatria de São Paulo, já atinge cerca de 10% das crianças brasileiras. Entre as principais conseqüências, podem ser citados crescimento nos casos de diabetes e problemas cardiovasculares, além do aumento dos níveis de colesterol e triglicérides nos pequenos.Vida adulta problemática - Estudiosos garantem que a grande maioria das crianças está fadada a uma vida adulta obesa.

E a modernidade contribui para o diagnóstico. A violência faz com que as crianças fiquem rancafiadas em casa, dentro de seus quartos, grudadas na tela da TV ou no computador, sentadas ou deitadas na cama, com pouca atividade externa ou exercício físico.

Este é um dos fatores que têm contribuído para o aumento da obesidade infantil, de acordo com o entendimento científico. Mas o excesso de peso na infância acontece, geralmente, por umacombinação de fatores, incluindo hábitos alimentares errôneos, propensão genética, estilo de vida familiar, condição sócioeconômica, fatores psicológicos e etnia. As causas, portanto, podem estar ligadas à herança genética, fatores culturais ou psicológicos. Diversos estudos demonstraram também haver forte associação entre obesidade e hereditariedade. Em uma família de obesos, garantem estudiosos, a tendência da criança desenvolver a doença é de 40%.
É sabido que as pessoas obesas apresentam uma maior taxa de mortalidade geral e um maior risco para as doenças cardiovasculares, dislipidemias, diabetes mellitus tipo 2, pertensãoarterial, câncer, osteoartrite, apnéia do sono, estatohepatite não-alcoólica e distúrbios mentais.

De acordo com o estudo “Uma nova pediatria para crianças que vão viver 100 anos ou mais – A infância e a adolescência como idades ideais para a prevenção das doenças do adulto e do idoso”, coordenado pela professora de pediatria da Universidade de São Paulo (USP), Magda Carneiro-Sampaio, de maior gravidade são esses achados nas populações infantis, uma vez que os padrões tendem a persistir na vida adulta, tornando este tipo de obesidade mais grave.

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