terça-feira, fevereiro 28, 2012

Mais um de meus poemas



Me ame
(Marcos Henrique Martins)

Não me ame em cristo;
Não me ame crucificado;
Não me ame em espírito;
Não me ame e perdoe meus pecados.

Por hoje é só. Solidão que aflora, dentro de meu ser, que já está sonolento de mais para questionar vans filosofias.

Não me ame por parábolas;
Não me ame através de sacrifícios;
Não me ame e queira se matar.

Quantos ainda estão no portão do paraíso, decidindo se vão ou não entrar?
Quantos gritam e não são ouvidos, nessa terra longa e fosca, quente e podre, oca e surda, seus pulmões já a sangrar.
Quantos pedem por si e por outros em tempo de desilusão?
Quantos podem ser tocados por amargas – ilusão -.

Não me ame em vida;
Não me ame em morte;
Apenas, me ame como ser frágil e insignificante que sou;
Apenas, me ame como um ser humano, tão nobre e tão falho da forma exata que você me moldou.

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